domingo, 8 de maio de 2011

Sobre a morte de Osama e suas possíveis consequências


No dia 2 de maio deste ano, o mundo amanheceu com a manchete dos jornais:

EUA ANUNCIAM MORTE DE OSAMA BIN LADEN.

E assim, toda a atenção do mundo se voltou para o terrorista supostamente falecido.
Uma onda gigante de informações contraditórias, fotos falsas, e perguntas surgiram.
Quantas pessoas morreram no total? Osama estava armando e usou sua esposa de escudo para se defender durante o ataque? Como foi assassinado? Teria ele se suicidado para não ser pego com vida?
Se esta última pergunta for verdadeira, provavelmente a reação pública não seria a mesma.

Muitas questões estão sem respostas verdadeiras, apenas com contradições, nada melhor para alimentar as teorias conspiracionistas.
E mesmo que Osama realmente tenha morrido, este não pode ser tratado como vilão nem como herói. Osama foi um terrorista treinado e pago pelos EUA durante os anos 80 para lutar contra a União Soviética no território afegão.
O feitiço virou contra o feiticeiro. Os Estado Unidos pagam hoje pelo que fomentaram outrora.

As pessoas não levam em conta que o próprio fundamentalismo é fruto da corrente liberal dominante, é como uma reação adversa ao uso de remédio incorreto para a cura de um mal.
O mal seria o sistema do capital junto do pensamento liberal, e a reação adversa do remédio incorreto é o fundamentalismo e suas consequências.
A batalha entre o fundamentalismo e liberalismo é sintoma da decadência do sistema em que vivemos.
No fundo, a batalha do mundo não é uma peleja religiosa/espiritual, não é um choque de "raças", mas sim uma luta de classes, tendo o modelo socioeconômico vigente como determinante de nossos pensamentos e atitudes.

Como nos ensina Marx:

"O modo de produção da vida material condiciona o processo geral da vida social, política e intelectual. Não é a consciência dos homens que determina sua existência, mas a existência social que determina a consciência."

E seguindo esse pensamento, pode-se lembrar as palavras de Jean-Paul Sartre, o qual dizia que a própria existência precede a essência.

Deste modo, voltando novamente nosso pensamento para a (possível) morte de Osama, pode-se entender que sua morte não redimiria o mundo do fundamentalismo.

Isto não é possível tanto pelo fato de que:

1 - Uma só pessoa não faz história sozinha.

2 - O fundamentalismo é um sintoma do liberalismo globalizante atual.

3 - A paz é impossível de ser realizada dentro do sistema capitalista.

etc.

Uma das possíveis consequências da morte de Osama é um fortalecimento do movimento terrorista fundamentalista ao redor do mundo, especialmente no sentido vingativo.
Outra seria o enfraquecimento da Al-Qaeda e de outros movimentos semelhantes em decorrência do avanço da vitória da revolução árabe iniciada este ano.
Contudo, a onda revolucionária árabe se encontra em um momento crítico, tendendo a cair fracassada - graças ao imperialismo, graças a própria correlação de forças dentro dos países árabes, etc.

Então, o que será do futuro e de todas as questões que surgem incessantemente?

A história nos dirá...

Um comentário:

Juu Lima disse...

Realmente é fato que o feitiço virou-se contra o feiticeiro. Os Estados Unidos mais do que nunca tem que estar preparado para as consequências que há de vir!