sábado, 19 de março de 2011

O imperialismo e a guerra na Líbia



Meus caros...

Para a infelicidade do blogueiro que vos fala, a OTAN lançou 110 mísseis sobre a Líbia.

Minha intuição e preocupação em relação à Líbia estavam corretas.

As imagens que correm a internet e os jornais já são de morte e extermínio dos civis. Adultos e crianças assassinados por potências mundiais que só almejam o petróleo líbio, que só almejam a satisfação de seus próprios interesses políticos e econômicos.

O Nobel da paz de 2009 disse o "sim" final e decisivo para a intervenção ser liberada.

Contraditório, não?!

Obama mostra que não é muito diferente de Bush... Que representa também os mesmos interesses do imperialismo.
O capitalismo não quer perder esta batalha.

E pensar que Fidel desde o início viu - como um verdadeiro profeta - que a intervenção da OTAN era iminente, improrrogável.


"Una persona honesta estará siempre contra cualquier injusticia que se cometa con cualquier pueblo del mundo, y la peor de ellas, en este instante, sería guardar silencio ante el crimen que la OTAN se prepara a cometer contra el pueblo libio.
A la jefatura de esa organización belicista le urge hacerlo. ¡Hay que denunciarlo!"
Palavras pronunciadas em 21 de Fevereiro. Um mês atrás.
Pois é. Sábios são sábios, são aqueles que veem antes e  mais longe que os demais.
...

Ouçam os tambores da guerra.

Ouçam os gemidos agonizantes dos mortalmente feridos.

Ouçam as gargalhadas dos banqueiros e chefes de Estado.

Vejam o sufocar de uma onda revolucionária.

Até quando suportar o massacre que o capitalismo nos impõe dia-a-dia?

Até quando?




P.S.: Total solidariedade aos 13 presos políticos brasileiros por se manifestarem na frente da embaixada americana contra a vinda do Obama ao Brasil!

A verdadeira democracia se faz nas ruas...


sexta-feira, 18 de março de 2011

O Imperialismo, a Líbia e a onda revolucionária


Eis que surgem as notícias:

EL PAIS - 18/03/2011: "Estados Unidos, Francia, Gran Bretaña y países árabes han dado un ultimátum a Gadafi antes de lanzar el ataque."

G1 - 18/03/2011: "A França, o Reino Unido, os EUA e os países árabes deram nesta sexta um ultimato a Kadhafi, um dia após a ONU ter dado sinal verde a uma ação militar contra o governo do país do norte da África."... "Em documento, os países pedem que Kadhafi paralise imediatamente sua campanha militar na cidade de Benghazi. Caso contrário, os países iriam intervir militarmente, como autorizado pelo Conselho de Segurança da ONU."

2011 certamente não será lembrado como um ano qualquer que passou apenas por passar.
Ainda é Março, mas já se tem um imenso material para análises complexas e profundas da realidade global. Análises históricas, geopolíticas, econômicas, sociológicas, e até mesmo psicológicas.

Desde janeiro, grande parte do globo é atingida por uma poderosa onda revolucionária (conseqüência direta da realidade débil mundial), iniciada na Tunísia, e que se alastrou rapidamente pelo norte da África e pelo Oriente médio, despertando diferentes impressões em vários países.

De um lado os países em ebulição: Tunísia, Egito, Argélia, Marrocos, Líbia, Síria, Iraque, Iêmem, Bahrein, etc

E de outro, os poderosos: EUA, OTAN, UE...


Com a onda revolucionária, despotas como Ben Ali (Tunísia) e Mubarak(Egito), antes defendidos e apreciados pelos EUA, caíram.

Muitos civis morreram por suas convicções revolucionárias, e sem dúvida não morreram em vão. Os nomes deles estão "cravados" para sempre nesta terra tão conturbada.

E...com o passar dos dias, o imperialismo americano mudou suas táticas para permanecer no domínio da região...Ao ver a impotência dos ditadores - que antes os apoiavam - perante o povo, mudaram de lado tendo em vista não o bem estar da população, mas o bem estar econômico...capitalista!

E então, a revolução atingiu a Líbia, país peculiar que durante muitos anos contrariou os EUA claramente, considerando-se "um país não alinhado" durante a guerra fria.
Gadafi, o líder supremo do país desde o golpe que liderou em 1969, implementou o chamado "socialismo árabe", melhorando consideravelmente a situação social do país.
Obs.: Vale lembrar que o socialismo árabe é socialista apenas em palavras.

Porém, com a aurora do século XXI, Líbia e EUA restabeleceram laços de amizade, e houve paz...Houve harmonia entre o ocidente e a Líbia.

Só que a história não termina aí.

Estamos em 2011...Gadafi, o ditador líbio, permanece no poder, com suas inúmeras falhas absurdas e despotismo. Os EUA permanecem genocidas e escravizadores de uma série de países.

O imperialismo, a fase superior do capitalismo, fez do mundo um terreno para anexações, para a violência, para a reação elevada à máxima potência.

O mundo caminha para um beco sem saída, como Fidel afirmou há poucos dias.

Crise ambiental, crise alimentar, crise econômica, crise política, e assim vai...

Crises e mais crises....mais potentes e destruidoras com o passar dos anos.

Terá a humanidade um fim trágico?

Haverá uma guerra nuclear?

Os EUA junto com a OTAN invadirão a Líbia?

O que será da humanidade, afinal?

E a justiça? E a paz? E o socialismo?


Perguntas e mais perguntas que apenas a história responderá.

Os olhos do mundo estão voltados para a catástrofe do Japão e para a revolução na Líbia.

Para o imperialismo, Gadafi tem que cair agora mesmo, para assim a Líbia se tornar uma neocolônia americana.

Mas já para o socialismo, Gadafi deve cair agora mesmo, mas a intervenção também não pode ocorrer. E entre uma intervenção militar na Líbia e a defesa da Líbia contra a intervenção, devemos primeiramente ficar contra o imperialismo, contra a intervenção, para depois sim lutar pela revolução, contra o despotismo de Gadafi.

Certamente o que ocorrerá nos próximos dias dará algumas respostas para as indagações desta postagem...



Abaixo o imperialismo!

Abaixo Gadafi!

Avante a revolução!


quinta-feira, 3 de março de 2011

Para as mulheres!


Falar sobre mulheres sem dúvida não é brincadeira...No dia 8 de março então o dever de ser bom no que for falar aumenta, a responsabilidade aumenta, ainda mais nossa, a dos homens.

Porém, nesse dia 8 de março deveríamos comemorar menos, e refletir mais.
Pensar nas verdades, nas mentiras espalhadas por aí, e nas soluções possíveis.
Todos nós, homens e mulheres, temos vivido sob o domínio da cultura capitalista, que é por si só machista, discriminatória, de segregação, de perseguição.

Não entrarei no mérito de que alguns países capitalistas tem uma cultura mais igualitária, pois eles são a "exceção" e não a regra. Que fique claro isto.

Nossa cultura tem sofrido algumas modificações importantes com o passar do tempo, mas não são mudanças substanciais, são mudanças superficiais.
A exploração continua, e o subjugo da mulher também.

Um das características mais importantes da opressão que sofrem as mulheres é que elas sofrem mais do que os homens por sofrerem uma dupla opressão, não só a econômica, mas também por serem mulheres (de gênero).

A sociedade "culpa" as mulheres por serem mulheres, e as condena à uma infindável lista de punições: prisão doméstica, salário reduzido, cargos selecionados, liberdades sexuais pulverizadas, autoridade menosprezada...

Os avanços em relação à liberdade feminina nos últimos 60 anos são incontestáveis, mas são tímidos e pouco revolucionários.

Necessitamos romper bruscamente com o capitalismo e dar para a mulher a liberdade total (não liberdade promíscua, mas o direito a escolher e não ser punida por sua escolha), e apenas o socialismo pode concretizar os direitos das mulheres.

Como nos ensina Lênin: "Onde há latifundiários, capitalistas e comerciantes, não pode haver igualdade entre o homem e a mulher nem mesmo na lei."

Mesmo com o passar de tantos anos dessa afirmação, sua veracidade só se confirmou.

A igualdade de direitos na lei é uma farsa.

Só as mulheres sabem o tanto que sofrem por serem mulheres...Só elas conhecem o banho de preconceitos que sofrem dia-a-dia. E as religiões (grande parte delas) tem feito muito para a limitação da liberdade feminina.
Ex.: Sexo só depois do casamento, namoro só com pessoas da mesma religião, não contestar a autoridade machista dos ensinamentos da igreja, não contestar o machismo da sociedade.

As próprias mulheres tem sido envenenadas pelo machismo.

Isso deve ser combatido.

Grande parte dos cristãos ao olharem as mulheres do mundo islâmico se horroriza por ver que todas elas são obrigadas a se esconderem sob tantos véus, burcas, etc.

Eis uma grande hipocrisia. Devemos saber que as mulheres árabes, apesar de serem oprimidas e mutiladas pela cultura machista islâmica, são líderes de revoltas. Quando a população daqueles países se revolta, a maioria dos revolucionários são compostos por mulheres, que não tem medo de jogar pedras, incendiar prédios do governo, ir à ruas quantas vezes for necessário.

Só que é preciso saber...Tanto a brasileira, quanto a sueca, a iraquiana, a japonesa são todas exploradas, sofrendo grande desvantagem perante seus maridos e filhos homens....

Como digo no meu ensaio, escrito nos últimos meses, no qual abordo a questão da mulher :

Apesar de tudo "a mulher permanece escrava do lar."..."Ainda falta muito a ser feito."

E ainda no ensaio eu cito Saramago, que certa vez disse: "Ao lado das minhas personagens femininas, as masculinas são insignificantes."

E tenho certeza, que todos os homens ao se aproximarem de mulheres, ficam ofuscados pela grandiosidade delas.

Mulheres são águias...As que enxergam além...que sentem além...

Não digo que só existam mulheres exemplares...Pelo contrário, existem tantas mulheres decepcionantes...Mas fiquemos com as revolucionárias.

Rosa Luxemburgo (1871-1919) foi uma delas, tendo falado em 1912 em uma panfleto :

" A hundred years ago, the Frenchman Charles Fourier, one of the first great prophets of socialist ideals, wrote these memorabel words: In any society, the degree of female emancipation is the natural measure of general emancipation. This is completely tru for our present society."

Eis uma verdade tremenda. Como ela citou Fourier no trecho acima, a verdadeira emancipação da mulher é hoje a emancipação da sociedade em geral.

Sem dúvida.

Como também disse Lênin há exatamene 90 anos : "É impossível incorporar as massas à política sem incorporar as mulheres. No capitalismo, a metade feminina do gênero humano está duplamente oprimida." E explica adiante que o primeiro motivo é por serem oprimidas pelo capital, por não terem plenos direitos e em segundo, por serem "escravas do lar", por estarem presas aos trabalhos mais mesquinhos e esgotantes.

Enfim, após ter falado tudo isso, quero parabenizar todas as mulheres por serem mulheres...Vocês são todas heroínas, merecem toda a felicidade possível, e nunca desistam de lutar por um mundo melhor, por um mundo justo.

E aproveito este post para agradecer e parabenizar a Naara, uma mulher que tem enchido meus dias com mais alegria e amor.



Viva a mulher!


Lucas Almeida