sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Sistema decadente, humanidade decadente



Antes de mais nada, meus leitores, gostaria de me desculpar...Sei que tenho sido muito indisciplinado e pouco dedicado convosco. Nós últimos meses diminui minha frequência de postagens em decorrência de estar buscando absorver mais, estudar mais diferentes matérias, para poder escrever algo muito melhor do que tenho feito até então.

Vamos então para nossa "vaca fria"...

O ponto central deste post é a sociedade em seu estágio mais atual, visando principalmente sua decadência generalizada a despeito das últimas conquistas tecnológicas e científicas.

Tomemos a religião primeiramente.

Para que uma religião serve? Alguns falam: para revelar-nos a verdade de Deus. Mas que verdade?

Freud, em um de seus escritos de 1927, disse:

"Os deuses conservam a sua tripla tarefa: afastar os pavores da natureza, reconciliar os homens com a crueldade do destino, em especial como ela se mostra na morte, e recompensá-los pelos sofrimentos e privações que a convivência na cultura lhes impõe."

E mais...

"A religião seria a neurose obsessiva universal da humanidade e, tal como a da criança, teria sua origem no complexo de Édipo, na relação com o pai. De acordo com essa concepção, seria possível prever que o abandono da religião terá de se consumar com a mesma inexorabilidade fatal de um processo de crescimento, e que nos encontramos nessa fase de desenvolvimento precisamente agora."

Tais afirmações de Freud estão corretas. A religião para ele sempre foi objeto de aprofundados estudos.

Contudo, que fique bem claro, a religião não é de todo mal, tem lá seus aspectos positivos, mesmo sendo estes poucos.
A religião é a tentativa do ser humano superar seus medos e imposições que a vida traz. Ela brota da "miséria humana", se fortalece com a miséria humana e busca (na maioria das vezes) extirpar a miséria humana.

Ela surge das condições materiais, surge das instabilidades, da insegurança...das crises.

Toda mudança brusca nas próprias condições materiais altera a religião, ou a destrói...Isso a história nos ensinou.

A sociedade atual está avassalada pelo sentimento de vazio, de falta de um verdadeiro sentido. Não que isso nunca tenha existido antes, mas hoje se potencializou.

(Até mesmo as religiões, após séculos e séculos de existência provaram não serem capazes de solucionar verdadeiramente os "problemas do homem")

E porque?

O século XXI é caracterizado pela destruição de sonhos e falta de perspectivas. A burguesia conseguiu consolidar a ideia de que todas as mazelas atuais são eternas, de que o ser humano é mau por natureza, de que o ser humano é cruel, de que um mundo igualitário é impossível, etc.

O conformismo é a verdadeira moda.

Lembremos das convulsões árabes que surgiram neste ano, dos protestos generalizados na Grécia, Espanha, Londres...Das sucessivas crises econômicas, que estão se tornando cada vez mais fatais.

Aqueles revolucionários sabiam/sabem que era/é preciso mudar, mas não sabem exatamente como(!), eles não tem um plano elaborado, uma doutrina filosófica, nada.
São germes de inconformismo.
Eles pensam: "É PRECISO MUDAR. MAS, COMO VAMOS CONSEGUIR SOLUCIONAR NOSSOS PROBLEMAS? COMO VAMOS CONSEGUIR MUDAR?"
Eis uma característica de nossa sociedade: a falta de diretrizes para a ação!

Buscar um culpado para isso? Não, esta pergunta não forneceria uma resposta verdadeiramente científica.

No futuro, quando a humanidade tiver já superado este estado de adormecimento, seremos lembrados como a geração dos resignados, daqueles que se preocupavam com o último ganhador do "Big Brother" enquanto o mundo estava a beira do abismo...

Mas, não meu caro leitor, este post não se resume a isto, não se resume em dizer que estamos na beira d'um abismo, isto não é novidade para muitos.

A questão é: "Não nos resignemos, indignemo-nos." Como proclamou um sábio que já não está entre nous.
Ou permanecemos ou mudamos. Ou calamos ou denunciamos. Ou fechamos os olhos para a falência do capitalismo ou lutamos contra o capital.

Como ensina com maestria o prof. Meszáros:

"O capital expropria para si o tesouro de todo o conhecimento humano e arbitrariamente, atribui legitimidade somente às suas partes passíveis de se explorar lucrativamente - ainda que da maneira mais destrutiva - por seu próprio modo fetichista de reprodução."

E também:

"A crise estrutural do capital é a reveladora manifestação do encontro do sistema com seus próprios limites intrínsecos."

O fim do capitalismo, provado cientificamente através de estudos de anos a fio, através da história, é difícil de ser aceito pelos donos do poder, difícil de ser reconhecido por aqueles hipócritas que não encaram a verdade que está presente por onde quer que passem.

Ou seja, ou o capital acaba, ou a espécie humana não terá muito tempo pela frente.

Deve a nós a escolha!


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